sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

CARNAVAL: E SE ESSA FANTASIA FOSSE ETERNA?







Deus me livre! Já pensou? A começar porque sibite não consegue cantar. Quem canta é o canário, não o cantor Pardo eternizado por Ariano Suassuna no Auto da Compadecida, que escreveu versos a sua Mãe Suprema. Nem o pássaro que, tal como sibite, canta e encanta os ouvidos de todas as espécies. Ídolos de pessoas acostumadas com o trá trá trá de armas de fogo, agora cantarolada nas ruas da cidade, estarão na grande mídia como destaques do carnaval, a liderar massas, a receber pomposos patrocínios políticos. Brincar com a violência a faz algo natural ou é o contrário?.
Se essa fantasia fosse eterna, sibite não teria mais casa para cantar: arrancadas – ou para dar espaço a trios e camarotes, ou doentes – as mais antigas e tradicionais árvores não presenciariam o tapete de concreto que a cidade se transformou para receber turistas durante um único evento. Se essa fantasia fosse eterna, nem sibite nem demais artistas da cidade – os preocupados não em vender um produto, mas em eternizar e engrandecer uma arte – iriam ficar sem verbas para desenvolver seus projetos. A prioridade seria somente concentrar em um que seja simpático para vender preferencialmente um político. Como Mauro Duarte compôs e Clara Nunes eternizou: “por isso não adianta estar no mais alto degrau da fama com a moral toda enfiada na lama”.
Se essa fantasia fosse eterna, instituições públicas estariam a flexibilizar interpretações sobre moralidade e legalidade, para trocar favores com políticos donos de leis e orçamentos públicos, tais como camarotes em festas, auxílio moradia, 15º salário, direitos: tá na lei, pode. “Enquanto isso, o Pequeno Nero toca na sua lira... Ou será na sua guitarra elétrica? O novo sucesso desta festa momesca: ‘Panis et Circenses’...”, como observava mestre Harildo Déda. E não adiantaria tentar mudar, porque o sistema eleitoral tá viciado da urna à composição dos partidos políticos, passando por todas as prerrogativas e regalias previstas na Constituição Federal.
“Eu faço figa pra essa vida tão sofrida terminar bem sucedida. Luz do sol é minha amiga, luz da lua me instiga. Me diga você, me diga o que é que sara sua ferida, me diga, você, me diga“, agita Baiana System. Opa, peraê: se for “nessa temperatura, menina, quem aguenta esse sufoco?! Me diga, morena, o que vamos fazer? Amar , sentir prazer!”. Nesse caso, Alceu Valença e moreno, se for assim, “quem sabe um dia a paz vence a guerra, e viver será só festejar”?



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

SAUDADE DO TOC





(Passando na televisão o show de fim de ano de Roberto Carlos)
TIA: Será que Roberto Carlos deixou de ter o TOC dele?
MARIA: Tia, o que é TOC?
TIA: Transtorno Obsessivo Compulsivo, Maria. É considerado uma doença mental pela Organização Mundial de Saúde. É uma coisa que todo mundo tem em pouca quantidade, mas quando fica demais, é de se preocupar...
MARIA: Não entendi...
TIA: Roberto Carlos, por exemplo, ele mesmo declara que tem TOC. Ele só fala palavras positivas. Nessa música que ele tá cantando agora, por exemplo, a letra diz “se o bem e o mal existem, você pode escolher”, mas ele canta “se o bem e o bem existem”. Quer ver: espera!
MÃE: Tem gente que tem TOC de várias coisas. Eu mesma tenho uma prima que tinha TOC de só dormir logo depois de tomar banho. Isso não era nada até ela viajar para o sertão e só ter (pouca) água na casa durante o dia, aí ela passou vários dias sem dormir, não tinha jeito, coitada.
TIA: Teve uma atriz famosa na época da gente que disse ter TOC de ligar e desligar a luz um certo número de vezes, senão não conseguia sair de casa. Eu mesma já tive uma época um TOC parecido com Roberto Carlos. Só queria ver o lado bom das coisas. Acreditava na “lei da atração”, e aí toda vez que vinha um pensamento negativo de desconfiança, eu afastava pensando positivo. Resultado: ao contrário de Roberto Carlos, eu me ferrei, me lasquei, “tomei na tampa”, me arrombei, de diversos lados e maneiras possíveis, justamente nessa época de “pensamento positivo”. Parece que os urubus adivinham: ali tem um besta que pensa que vai dar certo. E o mundo tem sempre os dois lados, como já me lembrava a atriz Cristiane Cândido: “Não podemos divinizar nada nem ninguém”.

____________________________________________________

Saudade do TOC. Se eu conseguisse ver novamente tudo pelo lado positivo, eu só iria ver, por exemplo, que a cantora baiana que rodou a baiana no palco só falou uma coisa engraçada, ao chamar a atenção do “papai”, seu marido, que conversava com outra mulher enquanto ela apresentava seu show. Se eu tivesse TOC, eu não escutaria a parte que ela dizia: “vou passar a porra nela”, seja de forma raivosa, seja jocosa, de qualquer forma legitimando o enraizado ciúmes. Eu nem veria ciúmes, aliás, nem lembraria que o ciúmes foi introduzido na humanidade somente há poucos milênios, quando os homens militares escravizaram as mulheres livres dos povos primitivos vencidos nas guerras e disseram que elas seriam sua propriedade. De tanto repetir essa história, um virou dono do outro (aliás, a mulher geralmente continua coisa a servir o homem), e a violência pelo ciúmes uma regra tão banal que, se inexistir em um relacionamento a dois, parece que os conviventes são “de alma livre” e, o pior, ser de alma livre é algo tão difícil que se torna esquisito. O normal é mentir fidelidade ou reprimir desejo. O normal é dizer que vai dar tapa se alguém tentar se meter com sua propriedade. O normal é pegar o telefone e marcar por mensagem – seguidamente deletada – um encontro escondido.
Se eu conseguisse ver novamente tudo pelo lado positivo, eu só iria ver que o Juiz Moro está quebrando um esquema de corrupção. Só veria que advogados bem intencionados defendem a valorização da verdade gratuita, e talvez veria alguns juízes defendendo que os fins justificam os meios (já que essa ideia utilitarista introjetada por Maquiavel tem tanto eco que parece até ser positiva). Veria, de um lado ou do outro, somente pessoas que querem acabar com a corrupção no Brasil. Só que como não tenho TOC (não esse), vejo que, como os dois lados não se entendem, para cada condenação mínima de um corrupto (seja político ou empresário) existem no mínimo 1.234.567 páginas de teses para defendê-lo ou anular o procedimento. Para cada mês de condenação, existem anos e anos de perdão. As trocas no Brasil são primitivas: toma-lá-dá-cá. E isso é positivo-negativo-negativo-negativo. Depois de na ditadura militar no Brasil termos criado a “tortura à brasileira”, agora nos eternizaremos como o país da “ética da mentira”. Investigar como os alemães fizeram para apurar os crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial, nem pensar. O que os ditadores brasileiros ganhariam? Nada! Então deixa pra lá, não sabemos investigar mesmo! Anistia e perdão para os torturadores e corruptos! E só são condenados se eles quiserem, nos termos deles! Se eu tivesse TOC, continuaria a cantar: salve, salve, pátria amada.
Se eu tivesse TOC, eu não leria a notícia de que uma criança morreu na sua noite de núpcias aos 8 anos num país mulçumano, nem que o Brasil é recordista de casamentos de meninas, crianças e recém adolescentes, nem que há pessoas na internet que se manifestam favoráveis a políticos esquizofrênicos a defender valores que absolutamente só levam à tristeza da humanidade e, pior, tem gente que compactua, e, pior, tem gente que além de incentivar a prática de estupro ainda verbaliza isso seriamente e ainda ensina como fazer.
Se eu tivesse TOC, eu não tentaria entender que diaxo de verdade é essa que todo mundo “roda a porra” defendendo a sua, mas “se você tira a mentira vital de um homem comum, tira-lhe ao mesmo tempo a felicidade” (Henrik Ibsen).


Saudade do TOC.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A MAIOR FESTA DO MUNDO: MIJO, DROGAS E AXÉ MUSIC






           
 As pessoas, em Salvador, primeira capital do Brasil, estão proibidas de mijar na rua (obs: cachorro de madame, pode) segundo a Lei Municipal nº 8.512/13, que estabelece multa a quem for flagrado cometendo esse ato indiano. Beleza! Limpeza! Só que a Prefeitura esqueceu de colocar banheiros suficientes (ou distribuir os até então não desenvolvidos “nós-bexigais”, o que seria até quem sabe uma solução econômica: dar um nó na bexiga até o pobre explodir – economiza com banheiro público e com bala para o  matar). Aí em 2015 a Defensoria do Estado da Bahia entrou com uma ação durante o carnaval cobrando à Prefeitura mais banheiros e limpeza destes. Meses depois, a Procuradoria do Município defendeu que o povo mijar na rua não seria uma “decorrência de (inexistente) omissão estatal, mas sim como uma consequência do comportamento absolutamente injustificado de uma parcela da população que, infelizmente, não se faz imbuída de níveis educacionais e culturais condizentes com a vida em sociedade  (fls. 65 da Ação Civil Pública nº 0520635-05.2015.8.05.0001). Todavia, felizmente, neste ano disseram que vão colocar mais. Na dúvida, durante essa festa milenar (inicialmente criada para louvar com vinho Dionísio e as alegrias dos ciclos vitais), é melhor não se enxarcar com a devastadora droga lícita, a diurética cerveja.
            É que em 2015, enquanto a bandidagem “comeu no centro” o ano inteiro, tendo atingido a classe média com latrocínios banais como de um dos maiores técnicos musicais do Estado, a música tocada pela fiscalização das cervejarias foi metálica: os ambulantes que arriscavam vender marcas diferentes das patrocinadoras oficiais tinham suas mercadorias atentamente e agressivamente apreendidas. Sobraram as marcas populares, possivelmente elaboradas com milho transgênico e outras substâncias proibidas na Europa, mas que embebedam os brasileiros acostumados à porcaria.
            Em falar em porcaria, os artistas baianos reclamam da má distribuição das verbas de patrocínio público à cultura. Não todos, claro. Ricardo Castro, excelentíssimo ator baiano (cujo nome da peça, “Sexo, drogas e axé music”, peguei emprestado para essa crônica), não conseguiu se apresentar porque o dono do estabelecimento privado sucumbiu à crise e não pagou a conta de energia. Falta luz para o excelentíssimo teatro baiano, um dos mais sólidos do mundo (como exemplo, Wagner Moura). O homônimo Ricardo Castro, excelentíssimo maestro baiano, também reclama pela falta de verba para tocar um dos mais ousados projetos musicais do mundo, o NEOJIBA, que traz cultura da mais alta qualidade a jovens que nunca teriam essa oportunidade não fosse pela persistência e boa vontade de pessoas de bem. Bem não fez o chamado Excelentíssimo Governador (cujo pronome de tratamento obrigatório pela lei da língua portuguesa quase sempre não combina com seu destinatário), destinando cachês estratosféricos a somente dois artistas, insaciáveis pelos patrocínios públicos para entreter massas com publicidades e reboladinhas.
Aos que vão curtir festas pagas em blocos e camarotes de Salvador: não precisam se preocupar com nada disso. Podem vir e mijar feliz, consumir suas drogas (lícitas ou ilícitas) feliz, ouvir axé music feliz. Tudo isso que eu falei é conversa do povo. Afinal, a maior festa do mundo já foi vendida. 


domingo, 10 de janeiro de 2016

NOTÍCIA BOA X NOTÍCIA RUIM: QUAL DAR PRIMEIRO?

NOTÍCIA BOA X NOTÍCIA RUIM: QUAL DAR PRIMEIRO

BOA: Está chovendo na Chapada Diamantina-BA!

RUIM: A maior queimada da história do Parque Nacional da Chapada Diamantina iniciada no final de 2015 acabou com grande parte da vegetação nativa da área de preservação nacional. O incêndio, supostamente criminoso (mas como sempre sem culpados), coincidentemente aconteceu meses após em Salvador ter se reunido,“a portas fechadas, mais de 50 representantes das principais economias mundiais interessadas na produção e no comércio responsável de madeira – norma florestal 19.228, que prenuncia impactar diretamente todos os produtores, distribuidores e revendedores de produtos florestais.”[1], evento organizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e contou com o apoio do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia.
A reunião, coincidentemente, aconteceu meses após o Governo da Bahia ter aprovado o Decreto Nº 15180 DE 02/06/2014, que regulamenta a gestão das florestas e das demais formas de vegetação do Estado da Bahia, e a conservação da vegetação nativa.  Coincidentemente, como que reforçando uma dificuldade na apuração de responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares, o Decreto determina que a autoridade competente para fiscalização e autuação deverá “comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamente causado”. Convenhamos, essa norma é “chover no molhado”: dizer que necessita comprovar o nexo de causalidade entre a conduta e o dano é a regra basilar da responsabilização. Mas para que repetir essa norma nessa legislação estadual?

(...)

BOA: A vegetação da Chapada Diamantina é guerreira! Sempre se recompõe!

RUIM: O Novo Código Florestal, de maio de 2012, permitiu que a área de Reserva Legal (que seria supostamente uma área da propriedade privada na qual a vegetação nativa ficasse protegida) pudesse ser substituída por uma área sem equivalência ecológica e ainda em outro local. Ou seja, pode-se desmatar em um Estado e “replantar” em outro. É aí que entra a notícia pior. Para replantar, não precisa necessariamente ser da mesma espécie devastada, ou da espécie da área replantada. Sendo ainda mais claro que o Novo Código Florestal, o Decreto Estadual baiano permitiu expressamente que o plantio de árvores industriais, de espécies exóticas cultivadas em sistema intercalar nas margens dos cursos d'água de propriedade familiar seja contabilizado na regularização das Áreas de Preservação Permanente. Em “exótica”, leia-se “eucalipto”.
A notícia ainda pior é que o próprio Estado (ou seja, com dinheiro público), através da Secretaria do meio ambiente, é responsável pela distribuição dessas sementes “exóticas”, dando apoio técnico para a recomposição da vegetação das Áreas de Preservação Permanente das propriedades familiares.
Afinal, já de cara no art. 7º o Decreto diz logo em seu primeiro item que o florestamento e reflorestamento objetiva a utilização de técnicas voltadas para o suprimento do consumo de madeira, produtos lenhosos e subprodutos para uso industrial, comercial doméstico e social, bem como o desenvolvimento tecnológico, visando utilização de espécies nativas e/ou exóticas em programas de reflorestamento.

BOA: Mas eucalipto é uma planta! E tem um aroma tão bom!

RUIM: Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Ou é eucalipto ou é vegetação nativa. Procure se informar sobre essa planta pra entender a gravidade do dano ambiental da plantação. Além de tudo, essa danada bebe muita água.

BOA: Mas a Defensoria Pública, Ministério Público, entes federativos da administração direta e indireta, associações de defesa do meio ambiente, vão tentar fazer alguma coisa! Eles têm “a espada de Grescol”: a ação civil pública! E vão tentar resolver na justiça de alguma forma! Esse crime ambiental é inconstitucionalissimamente inadmissível!

RUIM: As principais ações ambientais julgadas no Brasil foram improcedentes, aliás, NÃO foram julgadas no mérito porque o STF deu um jeitinho brasileiro de inventar uma teoria. A OAB-BA juntamente a várias associações de defesa do meio ambiente ingressaram com uma ação para salvar o Rio São Francisco, perdeu (ACO 876 MC-AgR / BA). O Ministério Público Federal para ajudar a salvar a Amazônia, perdeu (ADI 1512 / RR, ADI 3388). O Estado do Paraná tentou criar uma lei pra conter os transgênicos, perdeu (ADI 3645).

BOA: Existe muita gente interessada em preservar a Chapada Diamantina. As pessoas vão despertar para uma solução de modo a conter a desertificação do Brasil, um futuro antes tão distante como descrevia Tchécov na peça “A Gaivota”, mas agora tão paupável e concreto!

RUIM: Eu particularmente não sei o que fazer. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

MINHA PALAVRA

Quanto vale minha palavra?
Você pode conseguir de graça,
se buscar na internet.
Você pode adquiri-la impressa,
pagando até cinco reais.
Você pode vê-la em figura,
compartilhando-a numa fotografia.
Você pode escutá-la em seu telefone,
ou aumentar o volume do youtube.
Você pode tê-la a todo momento,
somente se perceber
que ela já não é mais
palavra

Se você a viu, a sentiu, a ouviu,
ela se transformou em sua
sua memória da palavra
Que não vale nada
Que é mais que tudo.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

2016

Letícia estava sentada em uma cadeira de plástico para adultos quando resolveu levantar e ficar em pé no estreito braço da cadeira. Na mesma rapidez de sua resolução, conduziu velozmente seu corpo; na mesma rapidez com que caiu, seu pai velozmente a agarrou. Assustada na queda, sem nenhum arranhão Letícia tapa com a mão seus olhinhos de 3 anos e pergunta: “papai, me machuquei?”.
Isso foi no ano passado. O ano acabou, estamos todos inteiros, apesar das quedas. O ano novo é o ano do bloquinho.
Um bloquinho onde o passado é somente um conjunto de passadas mancas mansamente transcorrendo reveillons.
Pode ser bloquinho de papel ou de carnaval. Ou os dois juntos: levar um bloquinho de papel para um bloquinho de carnaval.
O bloquinho de 2016 precisa ter resistência: esse ano serão mais de 10 dias seguidos de festa.
E 2016 começa quando, finalmente? Se no dia primeiro, esse já era. Os adultos não têm mais ressaca, essa benesse juvenil. Nem ficam mais doentes, esse era um privilégio de pouco tempo atrás. Após uma noite de sono perdido, os adultos morrem um pedaço.
Dia 2 já é sábado, ou seja, a dieta só começa dia 4. A academia, para uns já começou. Ano de olimpíadas. Disciplinados.
O primeiro bloco de bloquinhos de 2016 termina desejando outros bloquinhos, mordomias em bloquinhos, bloquinhos de palavras que lembrem um amanhecer num mar esverdeado do verão no litoral brasileiro.